[D]esculpem o atrasinho pra postar, mas acabei de entrar de férias e resolvi tirar o diazinho de folga pra dar uma descansada e, claro, adiantar vários episódios de Wolverine and the X-MEN (pretendo resenhar a série animada muito em breve!). Mas agora voltei, e com um aviso bacana: agora na categoria HQ vai rolar resenhas de HQ’s pelo seguinte motivo: na blogosfera em geral, vejo meninxs só fazendo resenhas de livros, e só encontro resenhas de HQ’s em sites muito específicos, e nada muito aprofundado. Sinto realmente falta de garotas falando sobre um universo tão mal explorado por elas pelo preconceito que rola contra nós. Gostaria então de colocar uma gotinha de HQ nesse mundo cheio de livros resenhados, até para incentivar outras garotas, acuadas pelo preconceito que rola no universo de super-heróis. Não só o preconceito interno como o externo, em que achar que HQ é “coisa de garoto”. É não! É coisa pra todo mundo! Não tem essa de categorizar gêneros pras coisas
Enfim, acho que falei demais. Vamos pra resenha (sem spoilers)? :3
O filme que tá aí no cinema (e que é muuuuito bom por sinal e que rola uma resenha dele bem aqui) dos X-MEN é baseado numa saga com o mesmo nome. Fez um tremendo sucesso na década de 80 (chegando ao Brasil cinco anos depois) e abriu portas para que os X-MEN ficassem cada vez mais conhecidos. A saga é tão famosa que, baseada nela, foi feito o filme Exterminador do Futuro, com Arnold Schwarzenegger (ufa!). Além disso, foi citada no primeiro episódio da série Heroes. Por ser tão famosa e tão especial, óbvio que tinha que rolar um filme com ela, né? Porém, as HQs, como todos já devem saber, sempre são diferentes dos filmes. Ou quase.
Pra começar, diferentemente do filme, onde quem volta ao passado é Wolverine, a mutante que volta para tentar resolver as coisas é a Kitty. No filme, Kitty tem seus poderes intangíveis evoluídos para carregar mentes na linha temporal, mas na HQ é a própria, já adulta, que é mandada ao passado com a ajuda de Rachel Summers, uma telepata filha da Jean Grey e do Ciclope, que apareceu pela primeira vez nos quadrinhos com essa saga. Louco, né? Na HQ, Wolverine não volta ao passado: Wolverine simplesmente entra na luta com os outros mutantes, como Tempestade e Colossus. No futuro, Xavier nem é um dos que restou entre os Homo superior, como mostram no filme.
Outra coisa que não se encaixa entre a HQ e o longa são os assassinos e os assassinados: no filme, quem vai tentar matar Bolívar Trask (o criador dos Sentinelas, robôs gigantes perseguidores de mutantes) é a Mística e em missão solo. Apesar de também tentar matar o presidente, o principal alvo de Mística é Bolívar, responsável pelo projeto que pode dizimar mutantes. Mas… na HQ, Sina é quem tenta matar o Senador Kelly, que defende a prática do projeto Sentinela. Sina é uma vidente criminosa e cega, aliada à Irmandade de Mutantes… que são defensores da ideologia de Magneto: mutantes são uma raça superior e, por isso, devem dominar o mundo e repreender quem sempre os repreenderam, os humanos. No filme, a Irmandade nem acontece: com a presença de Blob, Avalanche, o insuportável do Groxo, etc etc e tal que consta na HQ.
Confuso, né? Ainda bem que no filme tudo fica bem esclarecido, hahahahaha! A HQ, assim como o filme, é sensacional. É curtinha, não tem nem 50 páginas (aliás, a versão traduzida é menor que a original, de todas que já li) e é ação do começo ao fim, como eu adoro ver em uma HQ. Foi a primeira saga dos X-MEN que eu consegui terminar de ler. Muita gente acha bobagem ler HQ, mas através de um bando de balões com personagens de poderes malucos, eu consigo ver ideais, educação. Consigo ver que através de histórias sobre preconceito contra pessoas que são apenas diferentes e uma forma de tentar dizimá-las, parece um caminho para, desde pequenos, entendermos o quanto faz mal nos odiarmos por diferenças tão… lindas. Ser diferente é lindo! O que seria de nós se fôssemos todos iguais?
Não só a questão do preconceito e até mesmo inspirações em genocídios como o Holocausto é citado, mas também a questão da amizade. Os X-MEN passam por todo tipo de problema, e juntos. Diferentemente de organizações como a Irmandade que tem aquelas fofoquinhas de bastidores, nos X-MEN todos são unidos, mesmo uns não concordando em alguns pontos com os outros, e essa amizade, esse elo de confiança e a capacidade de acreditar em seu potencial é o que mais me faz próxima deles e do ideal que eles compartilham, graças ao Xavier ♥ A autoaceitação e o explorar interno que Xavier propõe é algo que não só mutantes, mas até mesmo nós fracos humanos (ou trouxas, como diriam em Hogwarts! hahahahaha!), deveríamos experimentar.
O último ponto que gostaria de citar é, como a HQ é dinâmica. Isso é uma coisa que não vejo atualmente: vejo um mimimi muito longo para tentar estender histórias em quadrinhos… o que torna tudo cansativo e até mesmo “largável” de se ler. A saga é muito rápida, curta, então tudo rola muito rápido e cada quadrinho te faz ficar sem fôlego e se imaginar em uma nova situação. Eu sou uma defensora árdua de: menos mimimi, mais esmagação. Hulk esmaga! Mas os X-MEN nesta saga também!
Se você tá interessadx em ler, chega mais neste link aqui. Pra ler, precisa de um leitor de arquivos CBR, que é o formato que geralmente as HQ’s vêm. Conheço um leitor bacaninha aqui.
Enfim, espero que tenham gostado dessa resenha. Estou relendo a Saga Massacre pra, em breve, resenhar também ♥ Enquanto isso, fiquem com uma música que adoro: Pushed Again, do Die Toten Hosen ♥
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