[B]em, acho que não é segredo para ninguém que essa é a semana internacional da mulher. A origem do dia 8 de março poucos conhecem, mas vem dos primeiros protestos realizados no ano de 1917 contra o regime czarista da Rússia. Estes protestos iniciaram-se em 8 de março com milhares de mulheres proletárias reivindicando seus direitos. Alguns meses depois, culminou-se a revolução na Rússia.
A importância desta data rege todas as áreas. Mas darei destaque a uma área que sempre foi majoritariamente feminina, mas por conta dos estereótipos e da construção de gênero, acabou sendo focada em homens. E essa área é sem dúvida a tecnológica.
Enquanto o homem estava na Primeira e Segunda Grandes Guerras, a mulher fazia o trabalho tecnológico. Seja na construção de códigos, consertando válvulas do ENIAC, etc. Porém, após a década de 80, começou a surgiu o estereótipo de que computação era coisa de menino. Isso fez com que muitas mulheres se afastassem de TI. O meio se tornou bem inóspito para nós, já que não recebíamos nenhum tipo de apoio, éramos constantemente fiscalizadas e pressionadas (e ainda somos!) e constantemente contestadas sobre nossa capacidade profissional.
Pensando em tudo isso, temos a nossa I Semana da Mulher na Tecnologia, que foca em TI com um pensamento feminino. Como ajudar a cada vez mais mulheres retornarem a esta área e quebrar um estereótipo que somos subjugadas desde o nascimento?
mulheres no passado, presente e futuro de TI na totvs!
É com muito orgulho que digo que participei do primeiro dia de eventos da primeira semana de tecnologia voltada à mulher. Gostaria de dizer que a sede da TOTVS é simplesmente maravilhosa! Aquilo é tão tecnológico que chega a ser surreal, haha. Eu realmente me senti nos corredores da Mansão Xavier rumo ao Cerebro.
Quando cheguei, o ambiente era de extremo conforto. Só haviam mulheres na sala. Isso é muito bom porque cria um ambiente de tranquilidade e segurança para nós. Mas ao mesmo tempo, problematizo com a seguinte pergunta: por que homens nunca se interessam por eventos voltados a mulheres? Desconstrução do machismo não é só deixar de falar frase X ou Y, mas participar dos nossos espaços e buscar compreendê-los através deste contato.
Logo, a palestra iniciou com a fofa da Camila (xará!) Achutti. Houve uma breve introdução sobre a história da mulher no meio tecnológico (que inclusive já falei um pouco mais acima no post) e, consequentemente, um pouco da história pessoal de cada mulher presente para dar a palestra. Foram compartilhadas as histórias dentro da universidade, os medos de não superar os desafios, as dificuldades num ambiente majoritariamente masculino, a falta de apoio, o contestamento da competência profissional, a encanação de sempre ter que provar ser melhor por ser mulher, etc. Enfim, todos aqueles dilemas que nós mulheres vivemos por simplesmente sermos mulheres adentrando um espaço tecnicamente masculino (o que é uma grande mentira).
Depois, a palestra foi conduzida pela Nathalia Goes, que em 2013 foi integrante do primeiro time internacional a ficar no pódio do Technovation Challenge na Califórnia, em 2013. Esta participava de um grupo de meninas na escola que desenvolviam aplicativos. O que parecia apenas uma atividade de sala de aula se tornou parte de sua profissão hoje. E eu me identifiquei igualmente, afinal, quando criei meu blog há 6 anos, jamais poderia imaginar que ele decidiria por exemplo a minha carreira a seguir.
Obviamente, não ficamos só no bate-papo. O objetivo da palestra era pensar em maneiras de introduzir a mulher em TI. Em minha fala na palestra, comentei sobre meu início precoce no mundo do desenvolvimento web (aos 11 anos de idade) e todas as dificuldades que enfrentei, além da ajuda que eu recebi para iniciar nesse mundo ter sido em grande parte feminina.
É fato que cada vez mais meninas vêm se interessando por TI. E mais do que isso: vemos no Blogger a infinidade de blogs de meninas sobre os assuntos que elas mais querem falar, e construídos por elas mesmas. Desde o logo até o HTML e CSS. Devemos então reforçar isso: a mulher, pela própria construção de gênero, tende a ser mais comunicativa. É importante então demonstrar que essa comunicação está diretamente associada com a possibilidade de ingresso no mundo da tecnologia. Poder construir virtualmente um canal de comunicação e falar ao mundo o que você pensa ou o que tem para oferecer.
Não devemos apenas convidá-las para este mundo, mas unirmos nós mesmas. Há toda aquela ideia estereotipada e errada de que a mulher não gosta de outra mulher, que não há união. Isto é um mito. As mulheres que se encontram no mundo TI sempre se unem justamente por não se sentirem confortáveis num meio masculino que sempre duvida de nós. Devemos ajudar umas às outras sempre. A união faz a força!
Além disso, não devemos nos intimidar com o que os homens dizem. Se ele duvida de você, mostre que você é capaz de fazer um serviço tão bom ou ainda melhor do que ele. Mulheres sempre se destacam mais porque, na “obrigação moral” de demonstrar socialmente que ela é tão boa quanto o homem, ela se dedica ao ponto de tornar-se ainda melhor. Não se intimidar não é apenas se esforçar, mas mostrar “na cara larga” quando o homem fala alguma besteira. Indagar: sério mesmo que você acha que ela não pode fazer isso por que é mulher? Isso não é arrumar intrigas no meio que você atua, mas gerar uma reflexão, cada vez mais necessária nos dias de hoje.
Mais do que incentivar as mais velhas, devemos chamar as mais novas para a luta! Quebra de estereótipo começa dentro de casa. É importante abordar com os pais que não existem coisas de menino e coisas de menina, mas uma construção de gênero que limita cada vez mais a mulher de exercer suas funções. Mostrar para nossas pequenas que programador não é aquele cara cabeludo, fedido, que não dorme nem tem vida, vive de salgadinhos e tem cara de nerd. Programador é simplesmente aquele que mexe com códigos, seja quem for.
Por isso: que tenhamos muitas, muitas mulheres no mundo TI!
A I Semana da Mulher na Tecnologia ainda não acabou. Há eventos para quinta e sexta. Se informe melhor e veja como participar acessando este link. E se você quiser conhecer mais o trabalho da minha xará Camila Achutti, entre no blog dela.
Bye! :3
Marina and the Diamonds - I Am Not a Robot
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